Crise torna o ouro a nova cocaína na Colômbia
Nos três últimos anos de turbulência econômica, os mercados têm-se comportado de maneira previsível em um aspecto: quando as notícias são ruins, os preços do ouro disparam.
Portanto, quando os mercados acionários do mundo todo despencaram na segunda-feira, reagindo à crise da dívida soberana na Europa e ao rebaixamento dos EUA por uma agência de rating, os preços futuros do ouro atingiram nova alta recorde de US$ 1.782,50 a onça, ou um aumento de 4,3% - quase se equiparando à queda do índice das 500 da S&P.
A cerca de 4 mil quilômetros de distância de Nova York, o boom do ouro alimenta um tipo diferente de crise: uma crise de oportunidade. De 2006 a 2010, a Colômbia - a maior produtora de ouro da América Latina desde 1937 - mais que triplicou sua produção para 59 toneladas ao ano. No próximo ano, ela pretende dobrar o volume extraído em 2009, atraindo os investimentos das maiores companhias internacionais como a AngloGold Ashanti e a Cambridge Metal Resources.
As multinacionais não são as únicas a entrar na competição: os rebeldes de esquerda, os cartéis da droga e os criminosos de sempre também se preparam para brigar por uma fatia de um comércio anual de muitos bilhões de dólares. À medida que os preços do ouro subiam sem parar, e o narcotráfico encontrava maiores dificuldades, o ouro se tornou a nova cocaína.
Grupos armados de todo gênero querem uma oportunidade para controlar o mais recente boom da Colômbia. O setor cresceu tão rapidamente que está sendo difícil regulamentar e monitorar as operações. Os candidatos são muitos e o pessoal preparado para exercer sua fiscalização é muito escasso. Frequentemente, as próprias autoridades locais são cooptadas para garantir o lucro. E o que é melhor, o produto - o ouro - não é ilegal; pode ser exportado livremente por empresas de fachada ou por intermedi...
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