Na China, ambição política acarreta custo monumental
Dong Zizhou lança sua rede ao mar e fixa o olhar nos 15 arranha-céus inconclusos que se erguem qual esqueletos de concreto à margem do rio Hai, que simbolizam a ambição chinesa de desenvolver o maior centro financeiro mundial.
As torres do Bairro Financeiro de Yujiapu, em Tianjin, e duas dúzias de outros edifícios no outro lado do rio são monumentos à transformação dessa cidade outrora deteriorada, com 13 milhões de habitantes, na região chinesa de maior crescimento no último ano.
Também são um testamento a um líder político local, Zhang Gaoli, cuja atuação econômica fez dele uma estrela em ascensão no Partido Comunista, sendo citado como forte candidato para uma vaga no Comitê Permanente do Politburo, principal órgão decisório do partido.
Mas moradores locais como Dong, que teve sua casa desapropriada para dar lugar aos prédios, veem com desconfiança o gasto feito nesses projetos.
"Olho para isso e parece que o país está investindo demais", disse Dong, um eletricista aposentado, de 62 anos, usando uma manivela para baixar a rede às águas cinzentas do Hai. "Todo mundo recebe empréstimo hoje em dia. Mas nós, pessoas comuns, não entendemos de onde vem esse dinheiro."
Muitos especialistas também não entendem. Para alguns, as obras de Zhang em Tianjin têm um caráter tão político quanto econômi...
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